Naquele tempo,
Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando.
Enquanto chorava,
inclinou-se e olhou para dentro do túmulo.
Viu, então, dois anjos vestidos de branco,
sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus,
um à cabeceira e outro aos pés.
Os anjos perguntaram:
“Mulher, por que choras?”
Ela respondeu:
“Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram”.
Tendo dito isto,
Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé.
Mas não sabia que era Jesus.
Jesus perguntou-lhe:
“Mulher, por que choras?
A quem procuras?”
Pensando que era o jardineiro, Maria disse:
“Senhor, se foste tu que o levaste
dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar”.
Então Jesus disse:
“Maria!”
Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: 
“Rabuni” (que quer dizer: Mestre).
Jesus disse: 
“Não me segures.
Ainda não subi para junto do Pai.
Mas vai dizer aos meus irmãos:
subo para junto do meu Pai e vosso Pai,
meu Deus e vosso Deus”.
Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos:
“Eu vi o Senhor!”,
e contou o que Jesus lhe tinha dito.

No Evangelho de hoje, Maria Madalena representa todos nós em momentos de dor e solidão. Chorando diante do sepulcro vazio, ela revela o coração humano que busca desesperadamente por sentido após a perda. Mas é justamente nesse cenário de tristeza que o Cristo Ressuscitado se manifesta.

Jesus a chama pelo nome: “Maria!” e esse chamado pessoal desperta nela a fé. Ela O reconhece não pelos olhos, mas pela voz que toca o íntimo da alma. A partir desse momento, sua dor se transforma em alegria, e o luto dá lugar à missão: anunciar aos discípulos que o Senhor está vivo.

Na homilia do dia 21/04/2025, Padre Mário Sartori aprofunda essa passagem com grande sensibilidade espiritual. Ele explica que Maria Madalena é exemplo de fé perseverante, já que não se afasta, permanece, mesmo quando tudo parece perdido e é essa fidelidade que a leva ao encontro com o Ressuscitado.

O padre também destaca a frase de Jesus: “Não me retenhas…”. Agora, a presença d’Ele será vivida na fé, não no toque físico. Assim, Jesus convida a humanidade a uma nova forma de relacionamento: espiritual, interior e universal. Jesus deseja estar no coração daqueles que o desejam conhecer.

Como Maria, também somos enviados a proclamar a sua ressurreição. Jesus está vivo, e está junto do Pai, nos aguardando ao encontro mais íntimo.
“Eu vi o Senhor!” mesmo quando ainda houver lágrimas em nossos olhos. O testemunho da ressurreição nasce da fé, não da ausência de sofrimento.

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